quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

júlia

será que vai soltar papagaio?
se encantar com a roda gigante?
rir do nada o dia inteiro?
vai cantar o quê no chuveiro?
se encantará com bons livros?
acreditará em duendes?
vai curar doentes?
distinguirá o amigo daquele que mente?
vai comer doce com água gelada?
assistir na TV uma boa pelada?
falará muito ou quase nada?
vai dormir na rede?
fazer carinho em bichinhos que passam na rua?
proteger do sol a pele nua?
surfar, pedalar, caminhar, escalar, pintar?
adorar, amar, sofrer, ter medo de palhaço, correr?
vai assistir novela?
ao dirigir vai dar seta?
vai ser uma mocinha correta?
boa filha, sobrinha, afilhada, neta?
quem dera...?
todo mundo
todo dia
desde ontem
até o sempre
incerta
mas jamais descoberta
cresce
que eu quero te conhecer

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

por onde começam as verdades?

alegria é ‘coisinha passageira’ como chuva de verão.
chuva de verão é goteira de ar condicionado.
ar condicionado é vento que sopra gelado só pro meu agrado.
meu agrado me agradaria mais se não me causasse a solidão.
solidão é companhia arruaceira que só arranja confusão.
confusão é conviver com a moça do sorriso certo embalada por outra canção.
canção é melodia de dentro do peito compassada por uma saudade.
saudade é fome saciada só com prato fundo de magia.
magia é no que uns acreditam para serem mais felizes que outros.
outros somos nós mesmos para os outros que não a gente.
gente é todo ser capaz de aprender a chamar alguém de amor.
amor é causa de muita tristeza, mas de muito mais alegria.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

daqui em diante um pouco mais adiante

já escrevi em poesia
agora rabisco em confissão
sem preocupação com rima
com a palavra ali de cima
vou viver a vida minha
e ponto de exclamação