quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

RE: também queria

quando a gente ama a gente fala molinho na frente dos outros
vira apelido. escuta caetano, vinícius, sinatra e chora assistindo comédia romântica
quando a gente ama a gente faz coisas estranhas
até 'bad trip' a gente tem. a gente se assusta. o amor é um mostro!

a gente vira poeta. a gente fica confuso
'a gente pensa o tempo todo no tempo todo que estamos perdendo não estando juntos'
o tempo fica de mal com a gente
passa rápido quando estacionamos na cama. engarrafa quando estamos distantes

quando a gente ama o mundo muda
a cama fica mais nossa amiga
bom dia vira beijo
boa noite vira carinho
boa tarde vira 'já estou com saudades'

só tem uma coisa errada com o amor
a gente não escolhe à dedos
queria que pra mim não fosse você. mas é
queria que pra você fosse eu. mas não sou

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

regrinha básica

é engraçado ver como nossas conversas fluem
não sei se é só comigo ou com todos mais
quando estamos juntos sinto que o resto do mundo não nos entende
que somos só nós dois
um e o outro. à sós
de um simples comentário bordamos uma filosofia cheia de detalhes míúdos
um fato banal vira fantasia de roteiro para uma peça de teatro infantil
144 caracteres dão a partida para mais uma de nossas gostosas aventuras. e nem me lembro quem foi que contou primeiro
juntos o mundo tem mais cores
a vida menos dores
mas não se fala em amores
essa é a regra
embora aproveitemos bem quando estamos juntos
não estamos prontos pra abandonar o resto do mundo
mesmo que ninguém mais nos entenda
talvez seja até mesmo por isso
talvez haja a necessidade de nos sentirmos incompreendidos
assim continuamos sendo especiais
pelo menos pra nós mesmos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

rima de nós dois

nossos versos
frente e verso
verso em frente
sem inverso

o casual reencontro do caso

com o coração na boca
o peito fica vazio
sem ar quase não respiro
esqueci quem sou
de onde venho
pra onde eu vou
até você passar

meu travesseiro

pra não chorar eu canto
me escondo no centro do canto
e rimo baixinho uma melodia sobre você

a mesma coisa

poesia não tem hora
é pra que ri
pra quem chora
é de hoje
de outrora
jamais se cala
sempre se fala
a muitos devora

menos mais uma

ainda não é ela a doce cinderela
não terá chá de panela e roupa quarando na janela
falta algo que me falta. que me encanta. que me canta. que me acende. que me esbalda
que me liga e que não me desliga mais

só escrevo só

a nudez do poeta é sua poesia
é seu reflexo no espelho
sua companhia do dia a dia

casamento

a moça que ria
enfim só queria
a sua companhia
de noite e de dia
amante que brilha

quem, ele?

o cantor. o compositor
o rimador
o carinha que rima
o poeta

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

dê mais pra você

não julgo quem me julga por não saber julgar
não uivo quem me olha e depois rebola e segue o caminhar
não nada. Não tudo. não faço cara amarrada. nas quando não quero eu chuto

pra conhecer é preciso não saber
dos loucos que acreditam em gnomos e fadas
ou nas bondades do ser

quem é cego é rei de todos os olhos. que enxergam tudo mas nada vêem
se falam, se vestem, se cuidam. se criticam e se juram. e nada sentem
indiferente. melhor ausente. acho que mente. demais por contente. olha pra todos os lados. e menos pra sua frente.

ela no eu. ou eu sem ela

não tenho novidades pra você
de pouco fiz valer
para não me arrepender

um erro poderia dar certo
mas ainda seria um erro
que não pude experimentar

vale a vida numa casa
numa confortável sala
esperando ser estar.

suave melodia de um sorriso
paixão rápida como um suspiro
tão amarga de provar

não tenho novidades pra você
se tudo já me disse
não dá pra mais tentar

da bolha saia e viva
entre na saia viva
ame, derrame. vem me buscar

não suplico nem imploro
por muito menos que isso choro
bastaria me notar

notas baixas tiraria
que num teste eu daria
se você me sabe amar

tudo de novo no tempo

minhas novidades são velhas
como botas sujas postas à janela

meus sonhos não são mais os mesmos
como as promessas que fiz pro meu primeiro amor

tudo muda pro mesmo
às vezes se repete o novo

nada sempre é tudo
logo o amanhã será o ontem

terça-feira, 17 de novembro de 2009

não é apenas um passarinho

enquanto houver maldade também terá bondade
só pra contrastar. só pra contrariar
enquanto houver desgraça também haverá vida

e sonhos. e o amor pra nos levantar
tem alguma coisa errada com o mundo
ou comigo. não dá pra saber

me sinto o diferente
só de ver os indiferentes
sobre o que me deixa contente. que me faz valer.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

acordar e sonhar de novo

tenho um sonho de não acordar
de viver pra sempre na poesia
sem hora pra levantar

tive um sonho onde te beijava e te amava sem me recordar
que era um anjo, uma santa ou uma fada
todavia possível de tocar

viajei em detalhes seus como partes do seu universo
que amo. que rimo. que canto.
que de dia me deixam disperso.

um carinho. uma massagem
logo depois de te amar
uma lembrança de um outro sonho. que nos fez rir e querer mais

esperei não amanhecer
esperei o sol não voltar
imploro pelo anoitecer. preciso te reencontrar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

trinta de outubro

queria um dia só pra mim
pra infernizar vizinhos com o cheiro do pirimpimpim
ficar feliz. cantar. dançar. beber. tocar. tanto faz: assado ou assim

pra falar a verdade. nada além da verdade
não ter receio de receber um balde de água fria
e interromper minha melodia egoísta

uma manhã de sol pra caminhar na areia
uma tarde em vão pescando sereias
uma noite entre lençóis. a sós com a vida alheia

sem caridade. bondade ou maldade.
sem cobrança. crença. na indiferença.
um dia inteiro assim. só pra mim.

sem rima e tolerância

no lugar da poesia uma indignação
sobre toda uma gente. burra. estúpida. grotesca. violenta.
de tão prepotente e corrupta chega a ser nojenta.
composta de personagens que torcemos ver cair no final de filmes.
vilões. maus. montros. ninjas vestidos de preto.
políticos. estragam uma cidade que se dizia maravilhosa.

corrompem a vida dos fracos.
fomentam a gana dos ricos.
iludem os sem esperança.
prometem para os que não cobram. ou que não sabem como cobrar.

vamos ver o saldo de suas contas bancárias?
e o extrato dos nossos impostos?
o quanto foi gasto em festas e cocotas?
e o quanto foi investido no povo, em obras (aqui eu desconsidero os 'elefantes brancos')?

uma trama de bons personagens interpretando vilões.
mas com um diálogo incomparável a tarantino.
só o sangue em demasia de todos os dias.
que escorre pelas páginas dos jornais e telas de tv.
ou dos nossos próprios filhos, amigos. que escorre de nós mesmos.
quisera voltar no tempo que este povo sorria.
que éramos a capital do país.
que se cumpria o que se prometia. verdade isso seria?
com 28 anos nunca ouvi dizer que políticos de antigamente valiam alguma coisa.
mas posso afirmar que nestes mesmos anos ouvi dizer que existe um ou outro que se safa.
como saci pererê, curupira, papel noel e coelho da páscoa. tem gente que acredita. mas niguém nunca viu.
só em filme. em propaganda. e em época de eleição. claro.

um texto que não rima as palavras.
mas coincide com minha revolta. que espero ser também a de muitos outros.

chega!

domingo, 11 de outubro de 2009

de branco e de verde

sempre tive medo destas coisas. mas resolvi assistir a peça.
cheia de personagens e figurinos. danças, cantos, tambores e sinos.

uma experiência de outro mundo.
no mínimo, um novo assunto para uma conversa de bar.

---

vi oxum. ogum. oxalá.
vi cigana sorrir e pomba girar.
ouvi música que vem lá de aruanda.
batendo forte o tambor da umbanda.

vi preto velho beber.
e malandro fumar.
vi moça rodar.
pai de santo falar.

não entendi tudo pois não ensinaram.
mas de jesus sei que falavam.
por outros nomes também chamaram.
difíceis agora pra me lembrar.

xangô da pedreira. inhasã da mata.
caboclo disso. caboclo daquilo.
quando desciam abriam um sorriso.
muito intenso. muito bonito.

o ritmo marcante. o coral empolgante.
deram a sessão por encerrar.
o silêncio voltou. a cantoria cessou.
pra muitos, hora de regressar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

pai

forte fortaleza
sábio sabedor. de tudo
com pedra por fora
e sonhos por dentro

uma idéia que persiste
de uma busca que se busca
da crença que se crê.
de tudo fala e de abraços recebe
amigos. família. até cachorro e filhos dos outros.
um homem que completa e afirma o simples fato de ser o homem da casa
que sustenta mais que pessoas e desejos
que estaciona em vagas justas. que conhece a história das coisas. e pessoas importantes
já serviu a pátria. já foi empregado. empregador. desempregado. sempre empreendedor.
bravo. corajoso. guerreiro. brasileiro. não desistiu. e não vai desistir.
educou. amou. errou. acertou. viajou. voltou. correu. escalou. nadou. andou. e como andou
forte fortaleza
sábio sabedor. de tudo
com pedra por fora
e sonhos por dentro

terça-feira, 15 de setembro de 2009

chega

um post diferente mesmo.

---

quer saber? estou de saco cheio de ser bozinho, de ser "do bem".

tenho vontade.
de dar na cara de muita gente. de bater forte na medíocridade.
de ignorar o papo ralo. as músicas sem conteúdo. as novelas feitas para gente estúpida. e burra.
os jornais teatrais. as gostosas ôcas. as gordas simpáticas que não se cuidam. os idiotas que jogam lixo no chão.
quero.
dar voadora nos antipáticos. nas pessoas que simplesmente não entendem. nos que se vestem mal. nos que são do mal.
rir dos prepotentes. dos carentes. dos supostos "inteligentes" que só sabem mesmo é fazer merda. dos políticos corruptos. os piores.
maldizer os infiéis. os desnaturados. os que dizem estar sempre cansados. os que de fato estão sempre cansados. pra fazer alguma coisa. como viver, por exemplo.
executar um mata-leão nos fanáticos por futebol, cerveja, cachaça, comida, carros, celulares modernos. dinheiro, dinheiro, dinheiro!
pisar no calo dos que só reclamam. e reclamam. e reclamam. que explodam! que se tranformem em pequeninos pedaços reclamões.
vou.
esbofetear a cara dos que se julgam inferiores. que andam de cabeça baixa para o mundo. e que estão sempre inseguros. que acordem!
xingar os assassinos da língua portuguesa, os lentos no trânsito, os que enviam correntes por e-mail. comerciantes que se fazem de desentendidos e não entregam a nota fiscal. os que sonegam impostos.
alfinetar os que se dizem tristes. pobres. abandonados. infelizes. perseguidos. desiludidos. viciados. dos que somam com quantas pessoas já transaram. e que não guardam a conta só pra eles.
e assim.
massacrar os normais. massagear os loucos. fomentar a vida. desabilitar a paciência. esgotar a paciência. ser seletivo. ser eletivo. e conviver somente com aqueles que de verdade somam alguma coisa no final das contas. quero contas de somar. cansei das de subtrair.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

pouco acaso?

no dia que o acaso lhe sorrir sorrie de volta para ele.
é uma janela que se abre à um novo mundo.
é uma porta que fecha e deixa pra trás o que ficou pra trás.

fale. cante. encante. avance. conquiste.
sobre seus olhos perseguidores e sobre os últimos encontros de poucos segundos.
insuficientes pra vocês dois. até aquele momento.

faça do acaso o caso mais certo. mais duradouro. mais raro. mais apaixonado.
evoque sentimentos e desperte um envolvimento que seja mútuo.
encontre. se encontre. e jamais se perca novamente.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

8 pra baixo

Após um copo de água gelada e uma doce tragada.
De uma volta com o cachorro.
Ela se sentou.

Pensou em narrar sua história, mas não viu glória.
Não encontrou nada para contar.

Uma vida sem luxos, sem crimes, sem sustos.
Sem o gosto terroso da aventura.
Não há nada para contar.

Cansada daquilo juntou suas tralhas.
Sem destino ou mapas e pôs se a viajar.
Passeou sobre os pais e sobre a infância.
Pra encontrar algo para mudar.

Se viu de castigo e também com abrigo.
Se viu vindo. E indo. E rápido sem parar.
Como pude? Tanto azedume! Aumenta o volume!
Traz isso! Aquilo! Arruma! Cozinha! Faxina! Leva o garoto pra passear...

E agora sem volta diante da história sem nada para contar.
Como mudo? Que faço ou chuto pra minha vida pôr no lugar?
E mais uma vez se pôs a pensar.

Já se foram anos. E épocas. Guerras e tréguas.
Olhando agora. Eu. Sem rumo. Eu bebo. Eu transo e eu fumo.
E não há nada que tenha existido sem a velha ter insistido.
Ou que tivesse escolhido por mim mesma.

Que saco! Que droga! Que nojo!
Eu me adio. Pelo novo. E de novo. E sem medos ou calafrios.
Sem mais perguntas. Eu me despeço. Eu não me culpo. Não fui eu! Eu juro!
E se atira no precipício do 8º andar.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

casa velha

às vezes me falha a rima e as palavras não combinam como arroz e feijão
no prato fundo que requentou pra ver tv
pra depois sentar no sofá e conversar sobre o que quero que seja

às vezes falta me falta a grandeza de saber que gente grande não tem
de tudo que se vê, que se olha, que se compra, que se toca
é aquilo que se é, mas sem nada que se tem

conto que a vida é assim corrida e sem espaço pra viver além dos dias
aprendo que o amanhã chegou e que o ontem, por hoje, já se foi
que a cama desfeita numa manhã de terça e uma briga corriqueira não voltam a acontecer

te cuida e te faz ser o que se é até o dia do abandono do sempre igual pro nunca visto antes
pra abrir uma nova porta e pra desarrumar uma outra cama sem cheiro de sol e de sabão em pó
sem repetidas cobranças ou repentinas danças martela apenas a lembrança de se ter sobrado

voltaria a viver não só. pra te ver e te abraçar e te lembrar em outros dias
reclamaria a distância da liberdade de uma vaidade que te fez sair assim
sentaria de novo no canto da velha mesa com aquela xícara laranja e um prato de talharim

terça-feira, 25 de agosto de 2009

alguém assim

pra rir compulsivamente como cócegas nas pontas dos dedos do pé.
pra chorar de alegria ao assistir uma comédia romântica sem filosofia.
pra jamais assistir novelas.

pra acordar do lado um dia e ver os cabelos brancos debruçados no travesseiro.
pra deixar segurar o controle da televisão num domingo de chuva e escolher os menos prováveis programas.
pra rankear os cds que irão tocar no carro em uma longa viagem.

que compartilhe sinatra, toquinho, vinícius, ella além das 'tuntz tuntz' da modinha.
que assista filmes que poucos entendem. e que ninguém gosta.
que leia os livros das prateleiras mais solitárias.

que acorde cedo pro dia durar mais.
que adore a cama menos pra dormir.
que adore a vida como ela é.

que não se preocupe com que os outros pensam.
nem com inúteis finais de campeonatos de futebol.
nem acredite em tudo que o jornal diz.

que faça meus olhos brilharem toda vez que encontrarem seus olhos.
que faça tudo mais perder o sentido.
e que por conta disso a vida passe a ter algum sentido.

procuro pessoa normal

um ser de outro planeta. normal. dentro dos seus pensamentos.
louco. para os que o enxergam de fora.

ausente das aulas de padrões e formatos.
e também das aulas de regras e formalidades.

solto. livre. pros idiotas, um revoltado.
na verdade estão todos errados, pensa ele.
e enquanto os iguais vivem reclamando da vida ele, o diferente, é, pelo menos, feliz.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

uma nova platéia

um show sem grandes momentos.
uma voz rouca. um tanto embriagada.
um jazz assim meio rock & roll.
não houve pedidos de bis.
e ninguém cantou junto o refrão.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

não ser

palavras difíceis pra falar coisas simples.
rimas complexas que soam inteligentes.
assuntos diversos. metáforas muitas.

pra você pensar que sou mais.
e de tudo nada. ser ou não ser?
filosofias pouco banais.
conteúdo extenso.

papos que não acabam.
objetivos que não encantam.
músicas que ninguém se lembra das letras.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

melhor que chocolate

de longe a mais presente.
de perto a que vai mais longe.
especial. tão amiga que a chamo de irmã. mais nova claro.
um ser do bem, dizemos.

em comum? músicas, planos que se aceitam, pousadas particulares.
se um susto me acometer ela estará lá com o copo de água com açúcar.
se algo maravilhoso acontecer ela estará lá com uma taça de champagne.

ela sempre estará lá.
família, amigos, mulher. ela está lá.
e a admiração por ela, aqui.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

mais

me afasto. me dou tchau pra você.
com medo. se estiver certo.
com saudade. se é que foi real.

com um nó apertado na garganta.
com uma bigorna vezes muitas sobre o peito.
sem fome. sem sono. sem brilho.

me quero antes disso.
me quero de volta.
não te quero querer mais.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

mas não

toda história tem um começo, meio e fim. e por sorte, no ápice de algumas é possível rever todas as cenas em rápidos flashbacks. e o louco as viu.
assistiu todo o drama e toda a sedução. toda a falsa alegria. ou será que por algum instante foi verdadeira? vi e reviu. e teve a certeza sobre todas as suas dúvidas.
um santo forte. um anjo da guarda. um deus. um pajé. um feiticeiro. uma entidade. um subconsciente. remontou pra ele os fatos num segundo e lhe trouxe de volta a visão do mundo dos normais. do mundo dos que fazem o mal. dos que golpeiam pelas costas. ou mesmo na própria face. dos que planejam o mau e que agem perversamente. do mundo dos que seduzem por maldade. que embebedam de propósito. que drogam o discernimento. que se aproximam por interesses sombrios.
desperto ao mundo dos normais. dos maus. o louco. o ex louco, agora caminha com toda a sua loucora debaixo dos braços. e com o medo no fundo dos olhos. do mundo à sua volta. e à sua frente. atento. menos encantado. e embora para ele tenha acabado o deslumbre da vida, agradece eternamente por ter aberto os olhos tarde. mas não tarde demais.

RE

mais uma noite mal dormida. encarando as paredes como se elas pudessem responder minhas dúvidas. e me proteger dos meus próprios medos. e tudo isso por um nada que por um tempo foi quase tudo.

quem atua?

personagens de uma vida tão real que chegam a sair das páginas de um romance.
que despertam interesse e conquistam protagonistas.
que fazem apaixonar. que encantam.
que fazem bem feito.
que fazem muito.
que fazem a gente querer mais. e mais. e mais.
deixam a dúvida sobre um sentimento recíproco e a certeza de um sentimento solitário.
personagens que pensamos não existir. um exagero, dizem por aí.
mas eu toquei. e eu senti. e não só na pele.
como um roteiro escrito às alturas de hollywood uma parte da vida vira história.
pra contar pros outros. pra assistir de novo. chorar. rir. ter medo. não entender.
pra encontrar nas prateleiras quase nunca visitadas e cheias de poeira.
pra não fazer sentido pra muitos. e pra ter mudado a vida de pelo menos um.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

armadura de papel

não tem medo de bicho papão
não tem medo de bandido e ladrão
enfrenta o mundo sem arma na mão
pro final mês não faltar nada a cada dia mata um leão

dança, interpreta, se pendura em panos, malha, escreve, cozinha
corre e canta. chora e ri.
pensa como adulto. age como criança
faz tudo. ao mesmo tempo. não cansa

mas treme quando o coração chama
e um outro alguem reclama
por uma atenção extra cama

quinta-feira, 25 de junho de 2009

proíbido para menores de 7 anos

sim, são diferentes. vivem distintas realidades. um trabalha de frente para um computador e pendurado no telefone o dia inteiro. outro é livre, mas precisa matar um leão por dia para no fim do mês ter a soma necessária para quitar os débitos. um é quase careta. outro, "meio despirocado". um sabe estacionar o carro em vagas apertadas. o outro leva 10 minutos para fazer uma vaga grande. um tem sempre 500 coisas pra fazer. o outro não. ambos tem família que moram longe. mas uma família é tradicional, "das antigas". a outra um retrato da família moderna.
um gosta de fruta na comida e ama salada. o outro come fruta só com absolut vodka e mastiga folhas apenas em "big macs". ambos fumam e bebem. embora um fume muito mais que o outro e beba muito mais que o outro. um sente frio e se cobre com cobertores. no plural mesmo. o outro morre de calor e sua com um louco toda vez que vão para debaixo das cobertas. ambos tem um blog. ambos gostam de escrever. mas um tem mais tempo livre e escreve bem mais que o outro. ambos malham. um de noite, bem tarde. outro bem cedo, às 6h da manhã.
mas amam filosofar sobre a vida. sobre a máxima das coisas. e descobrem novos assuntos a cada vez que se encontram. se somam. sem completam em alguns aspectos. quando saem com outras pessoas e arriscam uma filosofia qualquer não são compreendidos. não flui. não rola. quando estão juntos parecem peças de lego. fabricadas uma para a outra. para se transformar em algum objeto infantil proíbido para menores de 7 anos.
um se questiona: por quê não?
o outro nem sabe que existe um questionamento.
ambos querem. um acha.
ele não quer nada comigo. o outro pensa.
e assim vão se encontrando dia sim, dia nao. semana sim, semana não. sem compromisso.
quando estão longe um do outro vivem sua vida tranquilamente. embora um deles admita que exista um pouco de saudade. o outro, embora sinta, finge que não existe a tal saudade.
quando estão juntos parecem um casal de velhinhos andando de mãos dadas no calçadão de copacabana. não pela atitude ou estilo de vida, mas sim pela afinidade. mas aí eu me pergunto: aonde mesmo que eles eram exatamente o oposto um do outro?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ciente

desperto por alguns pensamentos, viajo como um louco. buscando respostas para perguntas que nem mesmo sei de onde viearam.

--

Ouço a voz que antes o subconsciente descartou.
Imagino-me num perfeito equilíbrio natural.
Rodeado de idéias, possíveis fatos.

Transito. Sinto tudo. Nada. Tudo.
Desperto a razão. O motivo de estar.

Eu existo. O amor existe.
Viver consiste. Carpe diem.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

carta para a família

bem particular.

--

é, acredito que exista saudade, que exista a falta de casa. do costume. do hábito. da tradição. até da rotina.
falta da vista, do vento, da chuva. não preciso nem falar dos amigos e da família.
mas o fato é que acima de tudo existe o sonho, a vontade, a ambição de vencer. mais uma vez.
isso tudo fala mais alto. agora. mas não pensem que só porque estão batalhando por uma nova conquista tudo que ficou pra trás ficou mesmo para trás. estamos aí com vocês. a casa, a vista, os amigos, a família e até as roupas sujas. estamos aí apostando que esta nova etapa em breve será apenas uma nova rotina. uma rotina de pais vencedores. de pais exemplares. de pais, que muitos outros pais deveriam tentar ser. pelo menos um pouquinho.
sim, sinto falta e muita de vocês. mas além da saudade existe a vontade imensa de ver aqueles sorrisos que via estampados em fotos antigas, de antigas viagens. e isso eu espero ver na minha próxima visita, com um quartinho arrumado em meu nome, com o cheirinho de feijão manteiga na casa, dos potinhos guardados debaixo da cama repletos de cookies deliciosos, escondidos do cunhado comilão. das caixas e mais caixas de camisinha presenteadas pela irmã, das frutas cristalizadas com muito abacaxi e de, lógico, muitas "missivas" para trazer à todos que ficaram por aqui.
bom, é isso. deixo um grande beijo pra todos!

quando eu crescer

aqui vai uma crítica sobre o que enxergam de nós, publicitários "divertidos". tem verdades. e tem mentiras também.

--

quando eu crescer eu quero ter um ego maior que um elefante, quero falar de mim o tempo todo e quando cansar de falar de mim quero ouvir as pessoas falando de mim. quero pensar que sou artista e tirar onda de workaholic com os amigos que batem cartão.
quero ganhar pouco e agir como quem ganha muito.
quero ter tatuagem, piercing e uma namorada bem gostosa.
quando crescer quero beber wisk cowboy, pois on the rocks é coisa de mulherzinha. quando crescer quero usar óculos ray ban bem chamativos desenhados há décadas atrás. quando crescer quero vestir herchcovitch e ouvir eletrônico.
quero fumar um de vez em quando e rabiscar num caderno bem style coisas que só eu vou entender e achar fantásticas.
quero ter amigos loucos e ser o mais louco de todos os meus amigos.
quero ser "o" publicitário!
e quando chegar aos 43...
seria bom pelo menos estar vivo.