segunda-feira, 18 de abril de 2011

minha jurubeba

jurubeba é chá pra acalmar e cachaça pra libertar
pra ser mais leve viver
pra sonhar
jurubeba é cidade pequena. é conversa que vale a pena
lembrar
querer mais
jurubeba é flor delicada de pétalas cheirosas
azuis da cor de quando olho pra cima
jurubeba é prato típico pra matar a fome
de vida e de saudade
jurubeba tem corpo talhado e cabelos dourados
como medalha de primeiro lugar
jurubeba é livro bom pra explorar antes de dormir
pra acordar do lado e querer mais
jurubeba é fazer tudo ao mesmo tempo
pra não ter do que reclamar
jurubeba é escova de dentes esquecida na pia
é sorriso maroto e voz rouca
que não sabe cantar
mas encanta, embala
e dá vontade de rimar

deitada

quando ele chegou ela já estava deitada.
olhos fechados. parecia descansar.
lhe disse olá, mas como dormia profundamente, ela não o respondeu.
com muito cuidado ele arrumou seus cabelos, tirando alguns fios que pousavam sobre sua face clara.
ainda sem despertá-la ele abotoou seu vestido, consertou o colar em seu pescoço e repousou sutilmente seus braços delicados um pouco abaixo dos seios.
assim você descansa melhor, ele disse.
ela não respondeu.
desejou-lhe boa noite mesmo assim, apagou as luzes e partiu do necrotério para encontrar sua namorada no parque.

sábado, 2 de abril de 2011

personagens do meu banheiro

Azulejo – Obsessivo por limpeza. Tem fobia a germes, bactérias e micróbios.
Privada – O oposto do azulejo. Sujo e sofre do mal de ‘Tourette‘.
Pia – Carente de atenção. Depressiva.
Espelho – Vaidoso. Egocêntrico. Narcisista.
Box – Maníaco sexual.