segunda-feira, 4 de junho de 2012

A armadura azul

Quatro cadáveres completamente esquecidos fediam à podridão de suas ganâncias. Após verificar seus pertences e saquear alguns tostões e um punhal, ele avançou sobre a penumbra quase umbralística daquela masmorra. Tropeçou em uma pedra e o tintilar da sua armadura despertou algo das profundezas da escuridão. Mais um demônio. Medo. O suor correu por entre seus longos cabelos pretos e sem mais se preocupar com o silêncio, sacou pesada espada de sua bainha. Era especial. Fora conquistada sobre jorro de muito sangue em muito sofrida batalha. Carnes e ossos cortados com aquela lâmina ardiam desesperadamente em chamas. A espada por si só brilhava uma luz mágica vermelha e naquele lugar lhe servia não somente como proteção, mas também iluminava seu caminho. Avistou porta improvisada de madeira. Pela fresta vozes soavam como som de suínos sendo abatidos, mas num tom bem mais baixo, ainda mais pertubador. Escancarou a porta com uma porrada de sua espada! De repente tudo ficou azul brilhante e ele não se lembrou de mais nada.

-Mãããe! Você desligou o...
-Chega de videogames por hoje. Está na hora de dormir.

Vestindo pijama azul, o guerreiro recolheu-se em seu quarto. A aventura teria que esperar até amanhã após a escola.

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